18/11/2012

Nos arredores do muro de Berlim

E assim afogar a cabeça nas mágoas do teu peito nu e não desvendar nunca esse cheiro misterioso de segurança que se forma na curva do teu pescoço.
E ver você não entender quando eu peço baixinho, "me conta da sua infância...", mas contar mesmo assim, devagar e sem pressa sobre todos esses anos em que eu não estive rindo com você debaixo do cobertor de algo que esquecemos o que era enquanto o mundo acontece lá fora.
Te ouvir falar das brigas com deus, da ideologia indecisa, das chuvas na calçada, das festas de aniversário, do nascimento de mais um progenitor na família e sentir que a tua história é apenas um livro que releio e me comovo em cada página como a primeira vez.

E assim a guerra é instalada pelo medo de uma possível bomba a qualquer momento. Um usufruto talvez desmedido de cada pedaço que vai caindo no chão e escorrendo um apelo inaudível e desnecessário para que se mantenha silêncio.
Um território unificado de histórias sem fim, tudo debaixo dessa roupa encardida; sendo propriedade única e privada contrariando a ideologia antes proposta. Somos apenas eu, você e o mundo, Führer.

E assim nós lutamos
enquanto o mundo dorme e não sabe
que "o amor é cego e eu gosto demasiado de te ouvir..."






"And if we could float away?
Fly up the surface and start again!
And lift off before trouble, just erodes (...) and see roses in the rain!
(...)Through chaos as it swirls,

It's just us against the world... "

Um comentário:

  1. Sempre me surpreendo com as coisas lindas que você escreve. Na verdade nem é tanto de se surpreender, já que é você...

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