Eu tenho medo de mergulhar demais no fundo dos teus olhos e ver que desaprendi a nadar. Ver que desaprendi porque quis. E que a falta de ar é também a vontade contínua de não ser salva.
É me ver enredada e obstinada a alcançar o fundo desse abismo colorido sem saber o que me espera no final, se este existir.
E aí eu vejo que o meu medo é também o pudor que me colore, é a sensatez que mantém escondido o desejo de me afogar em você e ver tão você, ser tão você, amar tanto você a ponto de perder a vontade de ser eu pra ser qualquer coisa tão somente tua que não saiba fazer nada a não ser nadar nos teus olhos.
Obs: quando um peixe está nadando, ele não está fazendo nada além de nadar. Essa é a minha resposta.
Sempre sua.
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