todos os sinais espalhados
pela cidade, pelo rádio, pelo corpo
reduzem a velocidade até estacionar no ponto adequado da sua boca.
abre as gavetas, troca as caixas de lugar, larga o corpo no sofá.
diz meias verdades só pra ver todo o ideograma de felicidade que nos embala envergonhado
ainda que não enxergue o estrabismo borrado e ache graça.
vou beijando cada rastro gelado como quem nada quer
- mas eu tudo queria.
e vou te pedindo como quem pede à deus
- mas nem rezar eu sabia
infrinja os relógios e as leis de trânsito
só pra fazer isso durar um pouco mais
esqueça a frieza
enquanto a respiração se mantiver quente
e as mãos se encontrarem
perdidas
e todas as coincidências, agora poesias cafonas
enfeitam domingos.
e eu que nem vi você chegar,
"quero que fique.
quero que finque tuas raízes no quintal."
...foi como ser feliz de novo
Nenhum comentário:
Postar um comentário