11/12/2012

"Estive no inferno e lembrei de você"

Cada um oferece o que tem de melhor,
uns vendem o corpo
uns vendem a alma
mero interesse capital
retrato de sobrevivência.
No fim, cada um é escravo de si
e puta de alguém
mendigando um pão na mesa
peitos na cama
carinhos de quem?
caráter na lama; no ralo, além.

Quem vai perdoar teus medos tão tolos?
Tuas rimas tão tolas?
Tua vida tão tola?
Tua tolice tão tola?
Implore ao diabo as esmolas dos teus sonhos
tua indecência permanente
tua permanência indecente
teu pouco poeta
teu pouco de gente.


O que sobrará de ti, afinal?

2 comentários:

  1. "No fim, cada um é escravo de si e puta de alguém". Marcante.

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  2. Esses versos parecem mais socos no estômago - cruéis, sufocantes, impiedosos. Gostei bastante.
    Fazia tempo que eu não visitava aqui, ando meio sem tempo por causa do trabalho... Agradeço pelo seu comentário lá no meu blog. :)

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